segunda-feira, 2 de abril de 2012

Onde fica a porta de entrada do mercado?

Outro dia uma aluna perguntou sobre como começar no mercado, como conseguir clientes. É uma pergunta que já ouvi muitas vezes, de alunos, amigos, conhecidos e desconhecidos. Resolvi então escrever este artigo e dividir com vocês meus pensamentos sobre o assunto.
É realmente complicado dizer para qualquer pessoa que passos ela deve ou deveria dar, a experiência de um indivíduo em geral só serve para ele. Aquilo que eu faço para tentar conseguir conquistar um cliente pode ser funcional para mim, segundo meu jeito de ser, as características de meu portfolio e dos clientes que busco, mas as mesmas maneiras de agir podem ser um completo desastre comercial para outro fotógrafo.

Tive e tenho meu caminho na fotografia, mas ele começou há quase duas décadas, então haviam outras condições de mercado que não se assemelham em nada ao que temos hoje, a internet sequer existia, câmeras digitais também não e tudo o que vem junto com essas duas invenções, como a popularização da fotografia, o uso de redes sociais e tantas outras coisas que revolucionaram e mudaram por completo o mercado de imagem.

Mas algumas coisas não mudam e essas costumo apresentar em minhas palestras sobre vendas e marketing, e costumo usar como resposta a quem me pergunta sobre entrar no mercado. São em geral as palavras mais chatas e desanimadoras para se dizer a alguém, mas acho que se ninguém falar, muitos continuarão batendo com suas caras em portas por aí.





Tem coisas que não tem jeito, talvez a pior delas seja o fato de que não se entra no mercado com pressa, de um dia para o outro, nem de um ano para o outro, a curva de subida de um fotógrafo no mercado é grande e lenta, isso sempre foi assim e continua sendo. Do dia em que um fotógrafo se inicia, por exemplo se formando em um curso básico de fotografia, não leva menos de 2 ou 3 anos para começar a ter clientes de forma estável e assim ter um rendimento constante. Isso pouco se relaciona com talento ou capacidade técnica, mas com questões de confiança de mercado, com o fato dos consumidores começarem a perceber quem você é e ter confiança para finalmente lhe contratar.

Outro dia em uma palestra em João Pessoa para o projeto Retrato Social eu disse o seguinte aos ouvintes:

“Quantas pessoas vocês conhecem que se casaram, tiveram filhos, que abriram um comércio, produzem alguma coisa seja artesanalmente ou numa empresa e que nunca contactou um de vocês para a elaboração de fotos de todos esses acontecimentos?”

Quando alguém responde positivamente a isso percebe que as pessoas mais próximas a ela não a procuram quando precisam de fotos. Sendo assim, há algo de muito errado na forma como esse fotógrafo deixa o mundo saber o que ele faz.




  
Divulgação de trabalho, e consequentemente ter clientes, começa assim, de seus círculos mais próximos para depois os mais distantes. Faça um exercício e reveja sua lista de contatos, familiares, amigos e parentes distantes e divulgue para eles. Peça para que essas pessoas divulguem seu site e portfolio, afinal, se nossos amigos e parentes não fizerem isso, ninguém fará.

Tenho amigos no mundo todo divulgando meu trabalho através das redes sociais como Twitter, Facebook e Google+, no começo eu pedia para eles fazerem isso, a cada vez que produzia algo de novo e interessante mostrava a eles e perguntava se podiam passar adiante, como um favor, hoje eles fazem isso sem que eu peça por que me percebem como artista e gostam do que faço, tive que cultivar isso e esse cultivo leva tempo.

Agora, tenha a certeza de que tudo o que escrevi acima só funciona se na base houver um portfolio realmente bom, com qualidade técnica e artística, com fotografias que as pessoas gostem de ver e de fato queiram mostrar para seus contatos, pois bons fotógrafos existem aos montes, provavelmente aos milhões, então para ter destaque no mercado é necessário ser melhor que a média, e isso exige estudo e dedicação constantes.

Tendo um excelente portfolio e mostrando suas imagens para o mundo através de seus contatos em redes sociais, vender seu trabalho será consequência, e não um resultado a ser perseguido.

Para vocês terem idéia do poder das redes sociais, me tornei colunista e colaborador do Fotografia-DG graças ao conteúdo que eu posto no Twitter, e graças aos textos que aqui publico, fui convidado a dar uma palestra sobre mercado de fotografia, vendas e marketing na cidade de João Pessoa, estado da Paraíba, no nordeste brasileiro. Ilustro este texto com imagens que fiz exatamente na cidade de João Pessoa. Essas fotos, a palestra que apresentei lá, e vários amigos que fiz, só foram possíveis graças ao uso de redes sociais. Pense nisso.

Nos falamos em breve. 

[]’s


Fonte: Fotografia



Autor:

Armando Vernaglia Jr

Armando Vernaglia Jr tem mais de dez anos de experiência como fotógrafo publicitário e diretor de arte. Graduado em Publicidade e Propaganda e especializado em Comunicação Organizacional, é também professor de fotografia e palestrante. Seu trabalho pode ser conhecido em seu site - www.vernaglia.com.br . E você também pode seguí-lo no Twitter @VernagliaJr

Nenhum comentário:

Postar um comentário